segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dream Theater (Credicard Hall, São Paulo, 26/08/12)



O último domingo (26) foi uma noite completamente inesquecível para os fãs de progressivo. Finalmente a 'A dramatic Tour of envents' chegou a São Paulo. O DREAM THEATER subiu ao palco com um pequeno atraso de quinze minutos e levou a baixo o Credicard Hall. Com um set-list pesado e direto, aliás, com pequenas diferenças do show de Porto Alegre, eles fizeram um show simplesmente perfeito, levando fãs a extrema emoção e provando que o fantasma da barba azul não os assombra.
Com pequenos problemas na hora da entrada pela falta de respeito de certos cidadãos que furaram fila e deram trabalho na entrada da pista premium, após uma viagem de 600 km e mais 6 horas de fila, eu e minha noiva conseguimos entrar e pegar um bom lugar no show. Próximos do palco, após o pequeno atraso, 'Dream is Collapsing' explodiu nos PA's e a pequena animação dos membros do Dream Theater foi iniciada nos telões em forma de cubos. Logo após, os gritos de guerra indígenas de 'Bridges in the Skyes' levaram o público ao delírio e o show começou assim, forte, coeso e com uma qualidade de som perfeita. A voz de LaBrie era, às vezes, encoberta pela voz do público que retribiu em todas as músicas, sem descanso. Por sinal, nunca havia visto LaBrie em tão boa performance. O vocalista não errou uma nota se quer, fez um show perfeito e mostrou uma presença de palco mais que excelente, fazendo nos lembrar por vários momentos de suas performances no bem sucedido 'Awake'. Terminando 'Bridges', o novo baterista do DT, Mike Mangini, puxou a introdução de '6:00'. Mangini parecia estar na banda a vários anos. Seu entrosamento com os músicos e com as músicas antigas DT era absurda. Sua performance foi memorável.
Logo após, LaBrie conversou um pouco com o público e Rudess se aproximou da platéia, dando acenos e mostrando felicidade. Elogios são desnecessários quando falamos de Rudess, o melhor tecladista da atualidade. Por sinal, ele fará nesta segunda (27) um workshop em São Paulo. Após uma breve conversa, Petrucci puxou 'The Dark Eternal Night'. Uma das músicas com mais pegada do DT, foi absurdo ouvi-la ali. Petrucci teve uma noite inspirada e teve uma postura como um real 'novo líder' da banda, sendo perfeito a cada nota. 'This is the Life' foi executada em seguida, acalmando os nervos do público, fazendo vez de uma excelente nova balada da banda.
De certa forma, era estranho presenciarmos uma música da famosa saga dos Alcoólicos Anônimos de Mike Portnoy, que deixou a banda em 2010 após mais ou menos 25 anos, mas 'The Root of All Evil' fez seu papel e animou muito o público. 'Lost not Forgotten' veio logo em seguida e se mostrou uma das melhores músicas do novo álbum. Dado ao calor extremo do lugar e o pouco espaço entre as pessoas num aperto absurdo, vimos algumas pessoas, já nessa música, passando mal. O serviço de enfermaria se mostrou excelente, com grande ação dos seguranças e de um bombeiro presente.
Depois do pequeno e, praticamente, imperceptível alvoroço, o esperado solo de Mike Mangini veio para chocar os fãs. Todos nós ficamos estáticos, assustados com a técnica incrível do baterista. Ponto alto para o momento que, dando toques rápidos com uma mão, pegou uma banana com a outra e deu uma mordida, voltando a solar depois. Voltamos ao primeiro álbum com 'A Fortune In Lies' e foi incrível. Ponto novamente para LaBrie que cantava de forma espetacular.
Com as coisas se acalmando, 'The Silent Man' e 'Beneath the Surface' foram executadas. LaBrie e Petrucci, sentados lado a lado, fizeram uma das partes mais emocionantes do show, levando muitos barbados a chorar sem vergonha nenhuma. 'Outcry' veio logo depois e foi uma explosão. A música funciona de forma incrível ao vivo e durante o solo, observando o público, era possível ver que, ao invés de gritar e agitar, o pessoal estava em choque. Complexa, cheia de tempos estranhos e variações, fizeram ficar estáticos diante de tamanha qualidade musical dos montros do Metal Progressivo. Detalhe para Myung, o baixista caladão com um cabelo de dar inveja a qualquer mulher, que fez a parte de seu solo com extrema perfeição. Aliás, não só seu solo, mas Myung se consolida cada vez mais como o maior e melhor baixista da atualidade dentro do Metal.
O mago Jordan Rudess iniciou seu curto solo de teclado e logo após 'Surround' começou. A música foi emocionante ao vivo e, mais uma vez, LaBrie não decepcionou. As notas mais altas foram executadas com extrema perfeição pelo vocalista, mostrando o porque do Dream Theater apostar nele, mesmo tendo a comoção contrária por parte de muitos fãs da banda. O single do novo álbum, 'On the back of Angels', foi cantado por todos presentes, mas o nervosismo maior era para as próximas músicas. 'War Inside My Head' e 'The Test that Stumped Them All', do contemplado 'Six Degrees of Inner Turbulance', foram de arrepiar. Ouvir essas músicas sempre nos remete a pegada que Portnoy deixava em sua bateria. Ali, Mangini provou que era o melhor para o posto e tocava como um ogro, surrando a bateria com vontade.
John Petrucci iniciou seu solo. Guitarrista que voltará pro país logo logo com o G3, Petrucci prova a cada dia que é um dos maiores guitarristas da história. Seu posicionamento em palco, suas caretas, tudo nos faz ver a sua real posição de atual líder do Dream Theater. Logo após, 'The Spirit Carries On' levou quase toda a plateia ao choro. Foi muito emocionante ouvir a música, ainda mais relacionando a todo o processo difícil que o DT passou com a saída de Portnoy e a entrada de Mangini.
'Breaking all Illusions' serviu pra contemplar ainda mais o show e o novo cd. Música complexa e, obviamente, muito bem executada, mostrou como o novo cd se encaixa com o repertório antigo da banda. Com os membros saíndo do palco, foi chegado o momento mais esperado do show, 'Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper'. A execução da música foi perfeita, com um destaque especial para o solo de baixo de Myung e o chapéu de feiticeiro usado por Jordan. A melhor forma de se fechar um show perfeito.
Muitas coisas devem ser pontuadas. A banda está em sua melhor fase, sem dúvida; LaBrie confirmou que, acabando a turnê no Brasil e finalizando o novo dvd, logo entrarão em estúdio para um novo disco; Apesar do set-list já conhecido por todos, o show foi memorável, histórico; James também disse que poderá ser lançado/gravado algo no Brasil em breve, o que, na minha opinião, pode ser um novo bootleg oficial da banda, já que James já confirmou que a YtseJam Records está ativa; Houve algumas brincadeiras no palco, sendo a principal na hora em que Petrucci deu a guitarra para LaBrie tocar quando este perguntou 'O que foi isto?' após o solo de Petrucci.
O Dream Theater ressurgiu depois de uma dramática virada na vida deles, levantou-se de forma esplêndida e mostrou que Portnoy não os assusta e que, principalmente, não faz falta. A banda vive seu momento, talvez, de maior glória que felizmente, ao lado de minha noiva, pude comprovar de perto. Sem dúvida, uma das melhores bandas ao vivo da atualidade, onde presenciei, com muita noiva, o melhor show de minha vida!

Set-List:

1 - Bridges in the Sky
2 - 6:00
3 - The Dark Eternal Night
4 - This is the Life
5 - The Root of All Evil
6 - Lost Not Forgotten
7 - Solo de Mike Mangini
8 - A Fortune in Lies
9 - The Silent Man
10 - Beneath the Surface
11 - Outcry
12 - Solo de Jordan Rudess
13 - Surrounded
14 - On the Backs of Angels
15 - War Inside My Head
16 - The Test that Stumped Them All
17 - Solo de John Petrucci
18 - The Spirit Carries On
19 - Breaking All Illusions
20 - Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper

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